domingo, 30 de setembro de 2012

Mercantilismo (Estudo Dirigido)


Mercantilismo
      Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Além do forte poder político e rigidez social operada pelos governos absolutistas, observamos também uma forte intervenção no campo econômico. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.

- Definição básica do conceito de Mercantilismo: É a intervenção do Estado na economia.

- Características do Mercantilismo:

·        Protecionismo Alfandegário: Os reis criavam altas taxas alfandegárias para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países. Essa política acabou gerando um nacionalismo econômico exacerbado, que se tornou uma das principais causas das guerras permanentes entre as grandes potências européias nos Tempos Modernos.

·        Balança Comercial Favorável : Significa em tese, exportar mais e importar menos. Desta forma, entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.

·        Pacto Colonial: Consistia no comércio entre metrópole e a colônia baseado num sistema de monopólio comercial também chamado de exclusivo metropolitano. A metrópole adquiria da colônia produtos tropicais e exportava para esta artigos manufaturados, obtendo, naturalmente, sempre uma balança de comércio favorável.

·        Monopólios Reais: Tratava-se da venda de concessões comerciais. O Rei autorizava a exploração comercial de um determinado burguês em uma cidade de seu reino. Lá, o burguês teria exclusividade comercial da manufatura, estando livre de qualquer tipo de concorrência. Em troca, o Rei recebia o pagamento pela venda deste monopólio. 

- Modalidades do Mercantilismo:

·        Metalismo (bulionismo): Baseava-se na tese de que a riqueza de um país dependeria de sua capacidade de acumular metais preciosos. Assim, quanto mais ouro e prata possuísse o país, mais rico e poderoso seria Os metais preciosos permitiriam ao governo comprar armas, contratar soldados, construir navios, pagar funcionários e custear as guerras. O caso espanhol demonstrou, entretanto, o quanto era enganosa a política metalista. A Espanha era, no século XV o país mais rico da Europa em conseqüência do ouro e da prata oriundos de suas colônias da América. O atraso do comércio das manufaturas e da agricultura espanholas, entretanto, obrigavam a Espanha a importar de outros países europeus a quase totalidade das mercadorias necessárias ao seu consumo. Como essas importações eram pagas em ouro e prata, os metais preciosos que chegavam à Espanha eram, em seguida, desviados para o resto da Europa. A Espanha tornou-se, assim, a “garganta por onde passava o ouro para o estômago de outros países mais desenvolvidos do ponto de vista comercia e industrial, como a França, a Inglaterra e a Holanda”.

·        Industrialismo: O industrialismo chegou ao apogeu na França com o mercantilismo de Colbert, ministro de Luís XIV. De acordo com as concepções de sua época, Colbert buscou fazer a riqueza da França com a acumulação de metais preciosos obtidos através de uma balança comercial favorável. Para isso, procurou tornar o país economicamente auto-suficiente, proibindo as importações e incentivando as exportações. Sua política econômica consistia em acelerar o desenvolvimento industrial da França através da criação das manufaturas reais, da concessão de monopólios estatais, da subvenção à produção de artigos de luxo, da criação de grandes companhias comerciais, da conquista de colônias e do fomento ao crescimento da marinha mercante. O mercantilismo francês ficou conhecido também como colbertismo.

         Comercialismo: O comercialismo originou-se na Inglaterra, cujo desenvolvimento manufatureiro e poderio naval impulsionaram, sobretudo no século XVII, a expansão do comércio exterior. Os navios da marinha mercante distribuíam no mercado mundial os tecidos produzidos pelas manufaturas inglesas, possibilitando ao país o acúmulo de metais preciosos através da manutenção de uma balança comercial favorável. Reproduzimos o trecho de um documento do século XVI que sintetiza a concepção do comercialismo inglês: “A única maneira de fazer com que muito ouro seja trazido de outros remos para o tesouro real é conseguir que grande quantidade de nossos produtos seja levada além dos mares, e menor quantidade de seus produtos seja para cá transportada...”.