Ao final da Idade Média a Europa passa por profundas transformações.
A imprensa é aperfeiçoada permitindo maior divulgação dos livros;
a expansão marítima é impulsionada graças ao desenvolvimento da
construção naval e à invenção da bússola.
O Renascimento Comercial diminui consideravelmente a importância da
economia baseada exclusivamente na agricultura. As cidades portuárias
crescem, atraindo camponeses. Criam-se novas profissões e pequenas
indústrias artesanais começam a se desenvolver.
Uma nova classe social emerge
nas pequenas cidades (burgos), composta por mercadores, comerciantes
e artesãos (burgueses) as quais passam a desafiar o poder dos
nobres.
O espírito medieval, baseado
na hierarquia nobreza – clero – povo, começa a se desestruturar
e o homem preso ao feudo e ao senhor adquire nova consciência.
Diante do progresso, percebe-se como força criadora capaz de influir
nos destinos da humanidade, descobrindo, conquistando e transformando
o Universo.
O homem descobre o homem. A
idéia de que o destino estava traçado por forças superiores, a
qual caracteriza a homem como ser passivo, vai sendo substituída
pela crença de que ele é o mentor de seu próprio destino. O
misticismo medieval começa a desaparecer, e o Teocentrismo (Deus no
centro) cede lugar ao Antropocentrismo (homem no centro).
Ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações
no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a
herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel
desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento.
No entanto, é importante salientar que as mudanças verificadas a
partir do séc. XV não aconteceram de uma “hora para outra” e
sim, lentamente. O homem moderno começava a surgir sem que eles
próprios se dessem conta das mudanças que estavam promovendo.
Trata-se de uma mudança de longa duração.
- O Renascimento
Renascimento é o nome que se dá a um grande
movimento de mudanças culturais, que atingiu as camadas urbanas da
Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela
retomada dos valores da cultura greco-romana, ou seja, da cultura
clássica. As bases desse movimento eram proporcionadas por uma
corrente filosófica reinante, o humanismo,
que descartava a escolástica medieval, até então predominante, e
propunha o retorno às virtudes da antiguidade. Platão, Aristóteles,
Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser
traduzidos e rapidamente difundidos.
Mas atenção!!! O Renascimento não era um movimento
organizado! Na realidade, este momento da história só foi assim
batizado por historiadores no séc. XIX.
- Itália: o “berço” do Renascimento
Motivos:
1) Políticos: A região
italiana, diferente de outros Estados que vinham se formando na
Europa neste período, era dividida em cidades-estados independentes.
Este fato sem dúvida, significava mais liberdade para aqueles que
ali resideiam/ circulavam.
2) Econômicos: A profunda atividade comercial da
região, acabava reunindo um grande número de pessoas provenientes
de várias partes da Europa e do Oriente, proporcionado assim, não
só uma grande circulação de mercadorias, mas também de hábitos,
conhecimento e cultura.
3) Sociais: Devido ao comércio intenso na
regisão, verificamos a formação de uma camada burguesa enriquecida
e que necessitava de reconhecimento social. O comércio comandado
pela burguesia foi responsável pelo desenvolvimento urbano, e nesse
sentido, responsável por um novo modelo de vida, com novas relações
sociais onde os homens encontram-se mais próximos uns dos outros.
Dessa forma podemos dizer que a nova mentalidade da população
urbana representa a essência dessas mudanças.
4) Culturais: A existência de diversas obras
clássicas na região, assim como a influência dos "sábios
bizantinos", homens oriundos principalmente de Constantinopla,
conhecedores da língua grega e muitas vezes de obras clássicas.
- Características
* Valorização
da Razão
* Antropocentrismo
* Valorização da natureza
* Valorização da cultura greco-romana (classicismo)
* Observação
* Antropocentrismo
* Valorização da natureza
* Valorização da cultura greco-romana (classicismo)
* Observação
* Hedonismo (valorização do prazer de viver)
- A Produção Renascentista
A Renascença encontra expressão nas artes
plásticas, literatura, teatro e até na ciência. Eram
artistas, cientistas, historiadores e contavam até com
membros da Igreja Católica. Eram protegidos pelos mecenas,
homens ricos que davam as condições materiais para a produção das
novas obras. O investimento do mecenas era recuperado com o prestígio
social obtido, fato que contribuía com a divulgação das atividades
de sua empresa ou instituição que representava. A maioria dos
mecenas italianos eram elementos da burguesia, homens enriquecidos
com o comércio local.
* Alguns nomes responsáveis pela divulgação das novas idéias:
Na pintura: Leonardo da Vinci (1452-1519), Rafael
Sanzio (1483-1520), Michelangelo (1475-1564), Ticiano (1490-1576).
Na literatura: Farnçois Rabelais (1494-1553),
Tomas Morus (1478-1535), Shakespeare (1564-1616), Camões
(1524-1580), Erasmo de Roterdã (1466-1536),
Miguel de Cervantes (1547-1616).
Na ciência: Da Vinci, Copérnico (1473-1543), Giordano Bruno
(1548-1600), Galileu (1564-1642)
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